Do FCP

O meu viver destas coisas do futebol transformou-se.

Eu explico melhor.

O modo como eu vivia e via os jogos do Porto, os dos seus rivais, as vitórias, as derrotas, os resultados assim-assim era suave. Bastante suave. Via os jogos, se perdia, perdia, temos pena, ganhamos para a próxima, se ganhava uau! Vamos beber um copo à saúde!

Agora está pior, muito pior.

Eu explico melhor.

Agora sofro de ansiedade antes dos jogos grandes. Não os vejo, porque apanho uma carga de nervos, que me fica a doer o corpo todo. Sofro com os jornais e pessoas a falar disso.

Porquê?

Esta mudança aconteceu por causa dos outros. Dos adeptos dos outros clubes. Pelos quais sou "picada", "massacrada" e sou "alvo" de bitaites, mesmo sem eu abrir a boca para falar de futebol, que é coisa que eu não faço, porque sei que vai dar asneira de uma maneira ou de outra, quer o meu clube ganhe ou não.

Eu sinto tanta pressão, que pelo facto de ter um "atrasado mental" a viver no prédio, que ouve os relatos dos jogos muitos decibéis acima do considerado normal e por este achar que toda a gente é do seu clube, eu recuso-me a ir para casa para ouvir os gritos e o volume da tv. Por isto sou "obrigada" a não estar em casa em dias de jogos.
Como dizia o outro, mas ao contrário, o "burro" sou eu, não é ele! Também sei disso!

Estou mais velha e estou mais estúpida, é um facto!
O futebol serve para nos dar alegrias, caramba..., para unir pessoas, para comer um petisco e beber umas imperiais enquanto vemos um jogo. Não serve para ser fonte de nervos. Se é assim não vale a pena.

De ontem.
Mais do que chateada, fiquei triste e desiludida. Mais do que perder, fiquei a pensar que a estrutura e a equipa está tão má, que nem a jogar contra 10 (quiçá contra 9 ou mesmo 8) se conseguia uma vitória.

Caro Presidente,

às vezes acerta-se, outras não. Há que assumir e resolver.

Um bem-haja.