Fim-de-semana prolongado I

Este fim-de-semana fui ao casamento de uma amiga de infância.
Eu detesto ir a casamentos, mas fui com gosto, apenas pela minha amiga.
Esta minha amiga "aderiu" há alguns anos à religião das Testemunhas de Jeová. Nada contra. Cada um crê naquilo que bem entende.
Tinha a ideia de que a cerimónia religiosa seria, mais coisa, menos coisa, semelhante à cerimónia católica.
Pergunto-me agora onde fui buscar tal ideia.
Já sabia algumas coisas, em que se baseia esta religião, nomeadamente o estudo da Bíblia e a pregação da palavra de porta em porta.
É estranho ver/imaginar uma amiga nossa, que nem baptizada era, "entrar" numa religião.
Não sei exactamente quais as razões, mas foi nesta religião, que conheceu o agora marido.
Ela estava feliz e linda e foi isso o mais importante, mas houve algumas coisas que me incomodaram na cerimónia, propriamente dita e no copo de água.

Mal os noivos se sentaram, o senhor (não sei como se chama à pessoa, que "faz" a cerimónia, padre não deve ser, será pastor?) começou as leituras da Bíblia.
Achei logo alí falta de educação, então não se cumprimenta as pessoas que estão a assistir ao casamento, não as faz sentir bem-vindas? Não sei, mas a mim pareceu-me tudo muito forçado.
E lá leu várias passagens da Biblia, as obrigações enquanto casal, as obrigações enquanto marido e enquanto mulher.
Ora aqui é que quase me saltou a tampa. Então partindo das leituras feitas, o homem é o cabeça de casal, é dele o dever de sustentar a casa e a esposa, é dele também o poder de decisão.
A mulher é comparada a um vaso frágil, a um complemento do homem.

Oh God, o meu instinto feminista esteve quase, quase a saltar cá para fora e a fazer estagos... mas contive-me, afinal era o casamento da minha amiga.

No fim da cerimónia, o mesmo senhor avisou, para que, a pedido dos noivos, não se atirasse arroz, não se apitasse a caminho do sítio, onde iria decorrer o copo de água, e que uma vez lá, não se pedisse brindes nem se batesse nos copos e pratos a pedir o que quer que seja.

Ora que caraças, mas estávamos onde? Num funeral????
Não percebi...

A prima dela, depois do final da cerimónia, veio dizer-me, a rir-se, que apitou todo o caminho para o sítio da cerimónia.

E como o texto já vai longo, apenas só quero contar que no início do almoço, foi feito novamente o mesmo pedido, nada de brindes e blá, blá e houve uma oração antes de começármos a comer.

Ah e apesar de haver alcóol no casamento para as pessoas, que não eram da religião, as Testemunhas de Jeová não bebem alcóol, facto que também não fazia ideia.

Pode parecer muito crítico este texto, mas não é essa a ideia.
É simplesmente a surpresa por algumas medidas/regras... sei lá, que a mim não me parecem de qualquer relevância para o cumprimento da religião.
Será uma pessoa menos crente se pedir um brinde ou atirar arroz aos noivos?

Não sei... para mim não faz sentido.

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