"E assim vão as coisas no Reino da Dinamarca"

É oficial:

Acabaram com 4 feriados e os dias de férias passaram a ser 22 em vez dos 25, para quem era assíduo.
Eu sinto-me completamente expoliada, explorada, humilhada.
Claro que já se sabia que isto iria ser imposto, mas nada me tira o sentimento de desilusão e tristeza.

Sinto que o barco se está a fundar e nós, o povinho, grita por ajuda e os que estão (os ricos ou em posições confortáveis) nos botes salva-vidas nem querem saber, assobiam para o lado.

Ao que parece os transportes vão aumentar até 3 vezes este ano, sendo a primeira já em Fevereiro.
Os impostos são cada vez mais, as deduções no IRS cada vez menos.

Há anos que dou explicações e nunca tive um ano assim.
Tenho 2 alunos e muito irregulares, o que significa que nunca posso contar com o dinheiro certo ao fim do mês para as minhas contas. Aqui nem sequer estou a contabilizar as explicações que dou à tal amiga, porque para além de ela ser muito irregular ganho apenas um valor simbólico, que quase nem dá para beber um café.
Este dinheiro das explicações faz-me imensa falta para completar o ordenado que mal chega para as despesas fixas mensais.
Eu sei, eu sei... o dinheiro faz imensa falta a tanta gente, mas eu estou só a comentar a minha situação.

Todos os dias no comboio oiço conversas deprimentes sobre empresas a fechar e postos de trabalho eliminados, pessoas no desemprego e familias a passarem dificuldades. Só me apetece é fugir dali, mas mantenho-me firme e hirta (que remédio!) e tento abstrair-me das conversas dos outros, lendo ou ouvindo música.

Várias empresas, com as quais a minha empresa trabalhou em alguns projectos estão a fechar e a deixar centenas de empregados sem trabalho. Supostamente eram empresas em grande expansão, mas os mercados deram-lhes a volta.

Eu lá vou fazendo a minha poupança: só pego no carro durante a semana para apanhar o comboio para o trabalho e ao fim-de-semana é o mínimo indispensável.
Já não vou ao Hipermercado todos os fins-de-semana fazer compras de comida para a casa e quando vou só compro os produtos essenciais, nada de supérfulo, como por exemplo doces ou gelados. Tento ir ao Hiper mais barato, que neste momento parece-me ser o MiniPreço.
Tento não usar o aquecedor e só ter a tv acesa, porque pago imenso de luz e não estou em casa o dia, ainda não percebi a razão.

Li hoje uma notícia no Sapo que uma revista médica do Canadá publicou um artigo a defender que o sexo do bebé deve ser ocultado aos pais até ao 7,5 mês, pois os emigrantes asiáticos fazem muitos abortos quando sabem que o bebé é do sexo feminino, pela preferência em ter um filho varão.
Mas que mundo é este? Em que mundo é que vivemos? Que mundo estamos a construir?

Comecei ontem a ler este livro. Ainda só li umas 20 páginas, mas acho que já estou apaixonada. pela forma de escrita e pelo contéudo. vamos lá a ver se com a continuação da leitura a minha opinião se mantém. Espero que sim.





As pessoas friorentas (eu!) sofrem sempre mais que as pessoas "calorentas". Ontem passei um frio no escritório que nem imaginam. Tudo porque não dá para agradar a gregos e a troianos num open space. Eu bem ligava o ar condicionado discretamente só para o ar quente dar um arzinho da sua graça aqui por estas bandas, mas era logo olhada com aqueles olhos de carneiro mal morto e brindada com comentários de "Está tanto calor aqui" e lá ia eu desligar o aparelho.
Não se pode fazer nada.
 É aguentar o frio e vir "enchouriçada" com camisolas.



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