Uma geração de filhos únicos


Hoje saiu um artigo muito interessante no Jornal Público.

Resumidamente falava dos perigos de crescimento de um país, Portugal, com uma geração de filhos únicos.
A maior parte das razões devem-se à crise, medo de se ter um 2ª filho, todos os custos e sacrifícios, que isso acarreta. A falta de tempo, porque trabalham muitas horas e a incapacidade de gerir toda a logística de ter mais que uma criança.

Depois destas razões "meramente" financeiras, são referidas as emocionais. O facto de se ter apenas um filho, permite aos pais investirem tudo naquela criança, proporcionarem-lhe educação de qualidade, actividades extra e etc, etc...

O problema é que sendo filhos únicos estas crianças tornam-se adultos mal preparados para entrarem no mundo do trabalho. Habituados a serem demasiado protegidos pelos pais, professores, educadores, quando chegam ao mundo real, ao mundo tão competitivo que temos hoje em dia, não têm aquela "carapaça", que os irá proteger das desilusões e que os incita a sacrificarem-se, a lutar por um objectivo.

Sei do que falo, porque tenho lidado ao longo dos anos, nas explicações, com muitos adolescentes, ou melhor jovens adultos, 17/18 anos.
Com muita pena verifico que eles não têm qualquer preparação para a vida, em geral.
Não são curiosos, não fazem perguntas, são acomodados, acham que a vida é fácil, porque os pais sempre lhes deram tudo o que pediram, nunca fizeram sacrifícios nem sequer sabem o que isso é, querem sempre seguir o caminho mais fácil, não sabem estudar sozinhos, não sabem gerir o tempo, escolher prioridades... enfim poderia estar aqui ad eternum a enumerar características dos adolescentes de hoje em dia.

Claro que estou a generalizar. Acredito piamente que existirão jovens, filhos únicos, que terão inúmeras qualidades, mas a experiência que tenho tido é que realmente há muitos jovens mal preparados para a vida real.

Não sei como vai ser o futuro destes jovens, não sei como vai ser o futuro de Portugal.
Conseguirão "cunhas" para empregos, onde não fazem efectivamente nada? Serão os políticos do futuro?
Não sei... tenho medo...

Podem ler o artigo, aqui:

Geração de Filhos Únicos

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